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Bloom Ocean - Agencia de mudança para as Ciências do Mar Oceano

Como seu projeto ou negócio pode colaborar com a desaceleração do processo mudanças climáticas?

O que são as mudanças climáticas?

Quando falamos de mudanças climáticas, nos referimos ao aumento da temperatura média global que vem acontecendo desde a Revolução Industrial e de forma mais intensa e acelerada desde os anos 1950.

Um dos fatores que podem causar essa alteração na temperatura da Terra é a variação na concentração de gases do efeito estufa presentes na atmosfera. Esses gases são responsáveis por absorver parte do calor que incide sobre a Terra, não o deixando escapar e mantendo a Terra quentinha.

Lembrando que o efeito estufa é um fenômeno natural e muito importante que garante que nossa atmosfera tenha uma temperatura adequada para o desenvolvimento e manutenção da vida na Terra.

O que acontece é que nos últimos anos temos observado um aumento na concentração desses gases por consequência de atividades antropogênicas (principalmente processos industriais, de produção de energia, a agropecuária e o transporte), como é o caso do dióxido de carbono – CO2 e do metano – CH4. Consequentemente, há um aumento mais intenso na temperatura, gerando desequilíbrio em diversos processos naturais, já que a Terra é esse grande sistema onde tudo está interligado – vamos exemplificar um pouco mais abaixo.

Quais os impactos das mudanças climáticas no oceano?

Antes de falarmos em impactos no oceano temos que ter em mente que a dinâmica dos fenômenos naturais na Terra acontece respeitando um certo equilíbrio. Se temos uma alteração em algum componente dessa dinâmica, gera-se um desequilíbrio , certo!?

Então, pensando no aumento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera e sabendo que esses gases têm a capacidade de absorver mais calor, logo, uma relação que fazemos quase instantaneamente é que a temperatura média da atmosfera vai aumentar e consequentemente, impactar as áreas mais geladas do globo, através de derretimento de geleiras e topos de montanhas congelados, por exemplo. Atrelado a isso, também temos em ação o processo de expansão térmica, que aumenta o volume das águas causando o aumento do nível do mar, que passa cada vez mais a ameaçar cidades costeiras.

Outro ponto é que com a diminuição de geleiras e cobertura de neve, a Terra vai perdendo o seu potencial de refletir parte da radiação solar que incide sobre ela, e passa a absorver mais calor, que derrete mais gelo… e assim vamos dentro desse mesmo ciclo.

Como oceano e atmosfera estão coladinhos, a interação entre os dois é constante. Uma das formas pelas quais se dá essa interação é através da troca de gases. O CO2, nosso grande protagonista desse papo, é o gás mais solúvel no oceano e uma das substâncias capazes de afetar o balanço de pH. Por isso, é comum vermos por aí a galera falando sobre acidificação do oceano, que é justamente isso, o CO2 quando absorvido combina-se quimicamente com água, formando ácido carbônico, que se dissocia em íons de carbonato e hidrogênio, sendo esse último o responsável pelo aumento da acidez da água. Como consequência, há uma mudança na profundidade na qual o carbonato se dissolve, impactando na manutenção de estruturas como conchas, esqueletos, algas e os recifes de corais. Já ouviu falar em branqueamento de corais? Pois então, a acidificação “corrói” esses ricos e importantes ecossistemas, além de impedir que outros se formem.

Outro impacto que podemos identificar são nas correntes oceânicas e suas características. Uma das correntes mais importantes que temos aqui no hemisfério sul é a Corrente de Humboldt, que banha a costa do Chile e do Peru, conhecida por suas águas frias e ricas em nutrientes e biodiversidade. Entretanto, a qualidade da água do mar nessa região vem sentindo os efeitos das mudanças climáticas. A Corrente de Humboldt está transportando menos oxigênio e está mais acidificada, fato que impacta diretamente os organismos planctônicos, que muitas vezes não se adaptam rapidamente a essas novas características e morrem. Como os plânctons servem de alimento para uma infinidade de espécies e são fundamentais para estruturação das cadeias alimentares, as mudanças climáticas acabam colapsando toda a dinâmica da região, impactando inclusive em questões sociais e econômicas, já que a região é conhecida pela produtividade e abundância pesqueira.

Tá tudo conectado!

Como posso colaborar?

  • Antes de tudo, busque conhecimento sobre como suas atividades podem contribuir com o processo de mudanças climáticas: Reconheça suas atividades primárias e de apoio e investigue os impactos atuais e potenciais. Fazer o caminho inverso também é válido, entenda como os efeitos das mudanças climáticas podem impactar suas atividades.
  • Conheça suas emissões de gases de efeito estufa: fique atento às atividades de transporte (carro, ônibus e avião) e ao uso de energia elétrica e consumo de gás (gás natural e gás em botijões) da sua empresa ou projeto e evite o desperdício. Se possível, invista em ferramentas que te possibilitem entender, quantificar e gerenciar suas emissões, como o GHG Protocol.
  • Adote e incentive a Segunda Sem Carne e a dieta flexitariana: segundo a SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), quando você deixa de fora, por um dia, produtos de origem animal do seu prato, você evita que 14 kg de CO2 sejam emitidos para a atmosfera, isso é equivalente a 100 km rodados em um carro comum.
  • Escolha fontes de energia limpas e renováveis sempre que possível: o uso de placas solares e biogás proveniente de resíduos orgânicos, por exemplo, já é uma realidade para quem quer ter uma atitude mais proativa em relação ao seu consumo de energia.
  • Apoio/financiamento a organizações que produzem trabalhos sobre mudanças climáticas: como sempre dizemos por aqui, você sempre pode apoiar alguém ou alguma instituição que tenha um trabalho legal na área, seja com seu tempo, dinheiro, recursos ou dando visibilidade.
  • Por fim, mas definitivamente não menos importante, integre a mudança na estratégia do seu negócio ou projeto: trate o tema como prioridade e trace um plano estratégico para maximizar impactos positivos e minimizar impactos negativos.

Ah! antes de ir embora, você já conhece o Submerso? O Submerso é um podcast colaborativo sobre tudo o que é de mar e nesse mês falamos bastante sobre mudanças climáticas por lá, aproveita pra conferir clicando aqui!

Algumas referências usadas nesse texto:

  • Acidificação oceânica: https://www.infoescola.com/ecologia/acidificacao-oceanica/
  • UFSC Explica – Aquecimento Global: https://www.youtube.com/watch?v=eDg2zjR3dTA&t=201s&ab_channel=UFSC
  • O que é a Corrente de Humboldt e como ela é afetada pelas mudanças climáticas: https://www.youtube.com/watch?v=RtnOcCNbvkw&ab_channel=DWBrasil
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